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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

QUANDO OS IGUAIS SE CONHECEM

Era dezembro de 2009. Na Câmara, o vereador Massami Miki apresentava proposta de extinção da meia passagem. Polêmico, o vereador vestia a camisa das empresas e ouvia poucas e boas dos estudantes. Mas foi o ex-governador Eduardo Braga o autor da "bomba"que detonou o projeto de Miki, ao chamar o vereador de inescrupuloso e ameaçar cortar a isenção do ICMs sobre o diesel - uma renúncia fiscal de R$ 40 milhões que ainda hoje engorda o lucro dos empresários do setor. Dezembro de 2010. Durante votação para a presidência da Câmara, Braga, que se envolveu diretamente na disputa, ao apoiar Isaac Tayah, fez duas descobertas importantes. A primeira, a de que o jogo estava empatado e,portanto, perdido, porque o seu candidato era mais jovem que o adversário. Segundo, que Massami - o vereador que chamara de inescrupuloso, estava do outro lado. Pronto, encontrara a fórmula de mudar um resultado anunciado. Chamou um assessor e deu a ordem: "chama o cabra". O resto dessa história todos conhecem. Braga não dá ponto sem nó.


CRISE DE IDENTIDADE

Os assessores diretos do prefeito Amazonino Mendes começam a acreditar que o velho líder tem mesmo duas personalidades. Quando incorpora o "Negão"e se assume como tal, é mais ativo, mais enérgico, mais combativo. Quando volta a ser Amazonino entra em depressão, diz que está velho, cansado e doente . Como o capitão gancho, da historinha de James Matthew Barrie - quem não lembra de Peter Pan ? - que sofre com a ideia de ser engolido por um crocodilo, Amazonino é o homem dos medos e tem pesadelos com o ex-prefeito Serafim Corrêa, a quem atribui todos os males de Manaus.

O PROFETA DO MAL

Em 2008, no auge de uma verdadeira guerra contra o então senador Arthur Neto, Eduardo Braga profetizava : "temos trabalhado no silêncio, deixando que a população compare as diferenças e faça avaliações. Na última eleição (2006, para o governo), esse senador não conseguiu alcançar 5% dos votos da população do Amazonas. No futuro, com a evolução da educação no Estado e nos municípios, senadores com esse comportamento não passarão pelo crivo dos eleitores".

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Chegou 2010 e a educação não evoluiu, mas Arthur perdeu a eleição. Então o que aconteceu ? Bom, evoluíram os métodos de ludibriar o eleitorado.


EFEITO ORLOF

Há quem comece a achar que Amazonino chegou a prever o futuro. Em 1996, ao analisar o resultado da eleição que apontava segundo turno para a prefeitura de Manaus entre Alfredo Nascimento e Serafim Correa, o atual, prefeito, referindo-se a administração de Arthur Neto no início dos anos 90. lascou essa: " Ou Manaus opta por continuar sendo bem administrada ou repetirá a história de 1990, quando um moço da oposição, sem experiência, empolgou a população, inclusive da periferia, e garantiu quatro anos de marasmo, lixo e incompetência. Amazonino é o Arthur de ontem. Ou o superou ?

TUDO NO STF

Os processos que Carlos Souza respondia no Tribunal de Justiça do Amazonas serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal. É que Carlos, ao ser eleito deputado federal passou a ter foro privilegiado.

CONVIVÊNCIA DIFÍCIL

Todas as vezes que decidir se ausentar de Manaus o prefeito Amazonino Mendes terá que entregar as chaves de seu gabinete para o presidente da Câmara, vereador Isaac Tayah, de quem se tornou "inimigo" nas últimas semanas de dezembro. Por enquanto, a convivência entre os dois é difícil. Tayah sabe que pode a qualquer momento ter que assumir a prefeitura e encontrar o gabinete do prefeito fechado. Mas tem a alternativa de arrombar a porta que vai dar ibope.

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