A indignação de um garoto de 14 anos

""Abrirei meu espaço hoje na coluna
para publicar a carta enviada
a mim por um pai. ""

A
Ilmo.sr. Vereador Marcelo Ramos,
Em 16.08.2010

Nobre Vereador Marcelo Ramos,
Todos os fins de semana, mais precisamente aos domingos levo meu filho Matheus para passear na Ponta Negra, e como de costume passamos sempre na Sorveteria Glacial para o mesmo degustar uma bola de sorvete de chocolate, pois na condição de portador da doença Diabete mellitus tipo I, sabe perfeitamente que não pode abusar do açúcar e tem consciência que depois temos que caminhar pelo calçadão para que o mesmo possa queimar o açúcar ingerido no sorvete. Acontece nobre vereador é que este fim de semana parece que a Ponta Negra estava mais abandonada que outros dias, pois enquanto sentamos para degustar os sorvetes, fomos abordados varias vezes por crianças (meninos e meninas) pedintes em aproximadamente 5 minutos em que ficamos na Glacial, não nos foi possível atender a todos, mais atendemos a 2 crianças, sempre com o ar de indignação do meu filho Matheus com o abandono daquelas crianças, mas Nobre vereador a maior surpresa ainda estava por vir.

Começamos a caminhar e ele sempre com seu ar observador, começou a descrever o ar de abandono daquela área de lazer, dizendo que havia muitos vendedores ambulantes, hippes , sem camisas ingerindo bebidas alcoólicas, muito lixo espalhado pelo calçadão, odor de urina e de cerveja, foi quando surgeriu que atravessamos a rua para caminharmos no outro lado, e para nossa surpresa e do jovem Martheus, notamos uma movimentação de vários funcionários de uma empresa construtora colocando placas para fechamento da área próximo ao Tropical Hotel, e és que o Matheus parou olhou e começou a lê o que dizia a placa, e de repente me perguntou pai quanto é R$-29.085.000,00 ( Vinte e nove milhões, oitenta e cinco mil e alguns centavos de reais ) disse ao Matheus, filho é algo próximo de R$-30.000.000,00 ( Trinta milhões de reais) e ele INDIGNADO disse, pai quanto DISPERDICO de dinheiro, tanto dinheiro jogado fora para reformar apenas aqueles bares lá de baixo da praia, será que é por isso que existem tanto meninos e meninas no meio da rua pedindo dinheiro pra comer, não seria melhor pai, aplicar esse dinheiro na construção de mais escolas, mais hospitais, mais empregos para os pais desses meninos, não será por isso que o Senhor Quando vai buscar todo dia 15 de cada mês minhas tiras de teste para glicemia lá no DISA-OESTE, e o pessoal de lá, diz que não tem, que não foi comprado ainda e manda o senhor voltar no outro mês, e tu chegas em casa brabo com todo mundo. E em seguida o jovem adolescente Matheus, me diz PAI vamos embora por hoje já vi muito o que não gostaria de ter visto, na próxima vez pai me leva a um local melhor, mais limpo, onde não possa vê tanto sofrimento de crianças pedintes, tantos mocinhas se prostituindo onde realmente possamos caminhar e desfrutar da tua companhia em paz e sossegado..

Nobre vereador a noite de domingo para segunda foi de total insônia para o jovem Matheus, que sequer acordou pela manhã para ir à aula.

Fica aqui registrado a INDIGNACÃO de um adolescente de 14 anos de idade, e de reflexão a tantos pais, que como eu freqüentava aos domingos o Calçadão da Ponta Negra, e o protesto sobre aplicação dos recursos naquele montante para a reforma dos bares ali existentes, lhe pedimos em nome da decência e da dignidade acione por meios legais as nossas autoridades constituídas para acompanhar a aplicação desses recursos.
Um forte abraço,

Osnir de Nazaré Oliveira Gusmão