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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ARTHUR E A HISTÓRIA

O senador Arthur Netto está arrumando literalmente as malas. Um pilha de documentos está à porta de seu gabinete, pronta para ser transportada. Seu destino algum depósito frio e poeirento. A história lhe dará o devido valor. Arthur deixa o Senado com a certeza do dever cumprido. Foi peça importante na construção de um novo país, mais democrático, mais aberto, mais compromissado com o futuro e os anseios de seu povo. Não é o fim de um ciclo, nem de uma carreira de sucesso, atropelada pela força do poder econômico. É o começo de uma luta cujo último e definitivo capitulo ainda está sendo escrito. Arthur pode retornar ao Senado se a justiça eleitoral entender que as denúncias contra os senadores eleitos, Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin, têm a dimensão que o Ministério Pública Eleitoral lhes conferiu.


O PODER DA MÁQUINA



Para o procurador Edmilson Barreiros, Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin foram eleitos a custa de uma poderosa máquina, alimentada com dinheiro da sociedade. Está pedindo não apenas a cassação dos dois políticos, mas também que fiquem inelegíveis por oito anos. É possível que Braga, como sempre, escape. Nos últimos sete anos foi alvo de denúncias que destruiriam qualquer carreira política – como a de patrocinar e pagar por obras fantasmas no Alto Solimões, ou de se associar a um compadre para vender gasolina superfaturada ao governo. Saiu de todas as acusações ileso e ainda mais fortalecido. Seu grupo é tão poderoso que pode oferecer Vanessa Grazziotin – a parte mais frágil nessa história - numa bandeja exatamente para aliviar o chefe de mais uma enrascada.

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Contra Vanessa as provas são tantas que nem a Justiça Eleitoral sabe o quer fazer com elas. Há santinhos nas embalagens dos equipamentos doados pelo Idam a ribeirinhos “em explícita associação das imagens da candidata às distribuições dos bens”, como alega o Ministério Público Eleitoral. Há envelopes com dinheiro e fichas de eleitores colhidos pelo juiz Carlos Zamith durante blitz nos comitês da candidata na zona leste, no dia da eleição. Resumindo, Vanessa está com a vida complicada e sua permanência no Senado pode se tornar muito curta.



A SEGUNDA BALA




Os adolescentes presos, acusados de armarem o assalto que resultou no ferimento à bala do psiquiatra Manoel Galvão, têm apelidos sugestivos: “Folgadinha”, 15 anos, “Brigadeiro”, 16 anos , e “Nenem”, 17 anos. O que eles disseram é mais mortal do que a bala alojada na cabeça de Galvão, porque atinge a integridade de um homem que não pode se defender. O médico é acusado de fazer programas com menores.


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A acusação, entretanto, precisa ser apurada, mas não é o fato relevante dessa tragédia. Relevante é a violência contra Galvão, que não pode ser encoberta pelas revelações de Folgadinha...




DOIS MENINÕES NO TWITTER


O deputado federal eleito Pauderney Avelino (DEM) trocou ‘amabilidades’ com o diretor-presidente da Fapeam, Odenildo Sena. Entre as pérolas que rolaram, um chamou o outro de ‘infantil’ por supostamente defender a ‘paulistada’ que não ama a Zona Franca de Manaus, enquanto o outro, e é indiferente saber quem disse o quê, simplesmente ‘sugeriu’ ao antagonista que fizesse seu trabalho. Se ambos trabalharem e fizerem seu dever, não será necessário culpar ninguém pelas dificuldades da ZFM.


CONSTRANGIMENTOS NA ALEAM


Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Sinésio Campos (PT) vem se especializando em provocar constrangimentos a convidados nas audiências públicas da Casa, como aconteceu ontem, quando o tema da discussão foi o monotrilho, obra orçada em R$ 1,3 bilhão. Pois o baixinho se invocou com o engenheiro João Bosco Chama, representante do Instituto de Arquitetos do Brasil.

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No meio do discurso, quando Chama fez referência a uma outra ocasião na qual o líder do governo não o deixou falar, Sinésio ficou irritado e o interrompeu : “Não meta o dedo no nariz de quem você não conhece”.

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O deputado Luiz Castro (PPS), autor do pedido da audiência pública, ficou numa saia justa, procurando acalmar o líder do governo, que continuou explodindo mais um pouco. Chama retomou o discurso e não deixou pedra sobre pedra. Para ele, a Secretaria de Planejamento “não tem intelectualidade urbana” para decidir sobre o projeto, que é “inócuo, não trabalha com plano diretor, não vê densidade populacional e de infraestrutura das ruas” . E, segundo ele, até o traçado das estações está errado.



CHAMA QUEIMOU O DOUTOR





No discurso demolidor, João Bosco Chama disse que a opinião deles, arquitetos, “não têm validade” nenhuma nessas audiências públicas. E completou a “vingança", referindo-se ao líder do governo como “doutor Sinésio”.


AÍ, MEUS IRMÃOS



Belarmino Lins (PMDB), há seis anos consecutivos presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, com pretensão de conseguir mais dois, pode estar sendo derrotado pela história de envolvimento de dois irmãos no caso Tefé. Tem deputado achando que o episódio foi a pá de cal numa candidatura que já andava cambaleante, pelo entendimento de que “chega de Belão” e é hora de dar vez a outro.


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Para quem não acompanhou o caso: no dia 3 deste mês, a Polícia Federal prendeu o empresário George Lins, quando ele tentava sacar R$ 2,6 milhões de uma agência do Banco do Brasil. O dinheiro, com autorização do prefeito de Tefé, Sidônio Gonçalves, seria para pagamento de obras realizadas naquele município. George, sócio da construtora Planecom, é irmão de Belão e do deputado federal Átila Lins (PMDB), autor de emenda que destinou recursos para as obras em Tefé. O prefeito chegou a afirmar que desconhecia o fato de George Lins ser sócio da construtura, enquanto Átila Lins nega qualquer irregularidade na emenda de sua autoria e afirma não ter nenhum compromisso com o erro de ninguém. Ou seja: se o mano errou, que assuma o erro.




AGILIDADE POLICIAL



A polícia prendeu, ontem, os suspeitos de terem atirado contra o professor universitário e psiquiatra Manoel Galvão, que continua internado. Nada contra o fato. Mas causa um certo mal estar ver que a polícia, quando quer ou é pressionada, faz seu trabalho de forma rápida e eficiente...


TEFÉ TEM DONO



O deputado federal Francisco Praciano (PT) estava anunciando aos quatro ventos, ontem, que vai ser recebido, nesta terça-feira, pelo ministro da CGU, Jorge Hage, quando deve protocolar documento sobre corrupção em Tefé. O deputado está iniciando seu segundo mandato e ainda se empolga com esse tipo de rotina. Que tal fazer um trabalho metódico para reduzir a corrupção não apenas em Tefé, mas no Amazonas?



SEM ÁGUA, SEM AUMENTO





A Águas do Amazonas quer porque quer aumentar a tarifa do serviço de distribuição de água na cidade. Se o serviço fosse melhor, se ela cumprisse com as metas acertadas com o município, se a população tivesse água nas torneiras 24 horas... se tantas outras coisas estivessem melhor, até que seria aceitável. Não é o caso, como bem entende a vereadora Mirtes Salles que já está com sua artilharia pesada apontada para alvejar as pretensões da concessionária de água .



A SANTA PROFANA




Ontem foi a festa de Santa Luzia, a protetora dos olhos para os católicos. No bairro que leva seu nome, na zona sul, a santa foi festejada e, apesar da chuva, o número de fiéis que compareceu à procissão foi grande. O toque diferente ocorreu quando o comando da festividade passou da mão do pároco para uma banda composta por policiais civis sob a batuta do delegado Mariolino Brito. As informações são do também delegado Francisco Sobrinho, devoto da santa, e que, a pedido da comunidade, convidou a banda de Mariolino Brito para animar a festa. Com tantos policiais, o evento ocorreu na maior tranquilidade.

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